domingo, 18 de janeiro de 2009

Malária no Ocidente

Hoje, vi uma noticia num jornal que deixou-me com muita esperança, mas, ao mesmo tempo, muito apreensivo.
Há testes a uma vacina contra a malária, que vai entrar na fase decisiva, e está a ser testada na região de Manhica, em Moçambique.
Desejo, imenso, que tenha sucesso.
No entanto, não estou à espera que seja uma vacina barata, pois, apesar da maior parte dos doentes desta doença estar na pobre África, esta vacina está a ser desenvolvida com o apoio duma grande farmacêutica (a GlaxoSmithKline), que irá esperar obter o máximo de lucro em pouco tempo. Apesar de, previsivelmente, a maior parte dos possíveis utentes não poder chegar a comprar esta vacina, esta farmacêutica avançou para esta acção (que não é nada barata, e que pode não dar em nada).
Será que estarão dispostos a deitar dinheiro à rua? Claro que não! O que eles estão a contar é que haja suficientes doentes desta doença que consigam comprar esta vacina, de modo que não percam dinheiro.
E como é que isso pode acontecer? Pode acontecer de 2 maneiras:
  1. Ou os actuais doentes passam a ter poder de compra para comprar tais vacinas (o que eu não acredito);
  2. Ou a doença irá afectar gente que esteja em áreas que, geralmente, tenham poder de compra, ou seja, que atinja ocidentais.
Caso não se lembrem, a OMS prevê que, com as actuais migrações populacionais dos imigrantes africanos para a Europa, a malária venha com eles. É nisto que aposta a GlaxoSmithKline. Se não fosse assim, se as vacinas só se fizessem para curar as pessoas já infectadas (e não houvesse nenhuma expectativa de lucro), a vacina já teria sido inventada.
Caso a malária chegue, como está previsto, será que a malta vai-se virar, ainda mais, contra os imigrantes africanos (tipo mete-los em campos "sanitários" mais parecidos com campos de extermínio)? Será que eles têm culpa de trazerem tal doença?
A ambas as perguntas, a resposta que espero que se concretize, na prática, é "não"!
Espero que se tomem acções concretas de combater a doença em larga escala em África, que é onde estão a maior parte dos doentes, nomeadamente o extermínio do mosquito responsável, e o acabar dos pântanos onde esses mosquitos se reproduzem.
No entanto, como estas acções são caras, demoram imenso a dar frutos, e dada a actual falta de visão de futuro da generalidade dos actuais governantes do mundo, o mais provável é assistirmos, no futuro, ao estabelecimento destes campos de concentração, em vez de proporcionarmos a vacina a quem dela precisa neste momento.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Proposta para reduzir a velocidade máxima para 30 km/h em certas zonas de Lisboa

Em Lisboa, chegou-se a esta maravilhosa conclusão. Durante 2007, morreram mais 2 pessoas que em 2006, vitimas de acidentes de trânsito, nas áreas cobertas pelos radares fixos.

Vai daí, a comissão que gere toda esta questão vai-se reunir, para adoptar propostas, sendo que uma delas é a redução do limite máximo de 50 km/h para 30 km/h.

Em algumas zonas de Lisboa, abrangidas pelos radares, em certas alturas do dia, efectivamente, anda-se a menor velocidade que os 30 km/h. Estão tão engarrafados que não dá para mais.

Mas, e nas restantes partes do dia, nas mesmíssimas vias? E nas restantes vias?

Se esta proposta for adoptada, lá vamos ter de andar a menos de 30 km/h na 2ª circular, no prolongamento da avenida dos estados unidos, na avenida Gago Coutinho, etc ...

Mais vale andar a pé. Chega-se mais rápido, e não se gasta combustível.

No final de 2007 havia 47 milhões de euros em falta nos cofres do Estado

Parece que o Tribunal de Contas acusou cinco empresas públicas de reterem impostos, referentes ao exercício fiscal de 2007, que deveriam ter sido entregues aos cofres do Estado.

Anda o governo, preocupado, num afã, a ver se aumenta a carga fiscal de ano para ano, "a combater o défice", para fazer de ceguinho a estas situações que se passam nas empresas públicas, ou seja, a facilitar o défice.

Mais uma vez, parabéns, CR7, para teres dado assunto para que este assunto chato para o governo do nosso PM (excelente vendedor de computadores, mas péssimo controlador de dinheiros públicos, pelo visto) seja atirado para fora das capas dos jornais, e relegado para páginas interiores.

Casas vendidas em leilão

Acabei de saber que as casas vendidas em leilão por execução de hipotecas que serviram de garantia de empréstimos bancários subiram 30% em 2007, face a 2006.

Aposto que muitos destes estavam, ontem, sem casa, mas muito felizes pela vitória do CR7.

Mais uma vez, parabéns, CR7, para, com o teu prémio, teres dado hipótese a São Bento mandar os directores dos jornais relegarem este assunto para fora da capa.

A atenção sobre o CR7

Os meus parabéns ao CR7.

Não houve jornal nenhum no nosso país que não tenha feito capa com o CR7, seja de que maneira for.

Cheguei a temer que, caso o CR7 não ganhasse o seu prémio internacional individual, o país relatado nos jornais, e o país da bola no pé entrasse em depressão, fizesse tumultos, ameaçasse o vendedor de computadores que não se sabe se é engenheiro que foi empossado pelo Sampaio como nosso PM, etc ...

Mas o rapaz ganhou o seu prémio individual internacional, e toda a gente ficou contente. O CR7, (claro, com um prémio nas mãos), o povo da bola e o povo relatado nos jornais (que esquece que, em muitos casos, está no desemprego), e os jornais (que vão ter do que falar nos próximos tempos, sem ter de ser na realidade chata do dia-a-dia dos portugueses).

Parabéns, CR7, pelo prémio que acabaste de ganhar.

Maldito sejas, CR7, por dares, mais uma vez, motivos para que os jornais (a mando do vendedor de computadores acima identificado) não falem do que deviam falar, ou seja, de como fazer o país sair da crise.