quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Avaliação dos professores

Caso haja alguém a seguir estes comentários, esse alguém deve estar espantado porque é que ainda não comentei a polémica da avaliação dos professores do ensino básico e secundário.

É porque acho isto tudo um imenso disparate.

Por um lado, temos uma classe profissional que não estava habituada a ser avaliada, e que faz um "bicho de 7 cabeças" pela avaliação. Daí não terem cumprido o tal acordo que estabeleceram em Março com o governo, pois já viram que, forçando as coisas "na rua", até podem ser que as coisas voltem ao antigamente, ou seja, sem avaliação, e tudo a evoluir na carreira pelo tempo de profissão. Será que os serviços administrativos das escolas não conseguem ajudar os professores a preencher as suas fichas de avaliação?

Por outro lado, temos um governo (está visto que o vendedor de computadores que estudou para ser engenheiro - mas que, pelos vistos, não chegou lá - que ocupa o cargo de Primeiro Ministro) que olha para a educação com uma curiosidade estatística, ou seja, para o governo, na educação, o que importa é que haja menos "chumbos" - seja de que maneira for).

No meio, temos professores que gostam de ensinar, que até nem se importavam de ser avaliados, mas o que querem é que os deixem ser professores exigentes, temos os alunos e os encarregados de educação, que são apanhados nisto como uma sanduiche.

Para ajudar, temos o inqualificável Jardim, que acabou de dar "Bom" a todos os professores do Ensino Básico e Secundário que leccionam na Madeira, não valorizando os professores competentes.

Assim vai o país ...

JFPCA

Passaportes roubados em Bruxelas

Mais um roubo de passaportes portugueses, desta vez nas instalações da embaixada de Portugal em Bruxelas.

Pelas indicações, desta vez terão sido roubados 60 passaportes provisórios, que estavam no cofre da embaixada. Este tipo de passaportes são emitidos pelas embaixadas "em casos de urgência e que têm apenas a validade da viagem a que se destinam". Pelo menos, em termos oficiais.

Confirma-se, assim, mais uma vez (como se houvesse necessidade) que os documentos de identificação portugueses continuam a ser da preferência dos larápios, sabe-se lá porquê.

JFPCA

Suicidio policial em 2008

Acabou de se suicidar mais um membro das nossas forças policiais, neste caso uma militar da brigada territorial da GNR, o que eleva para 14 os membros das nossas forças policiais que já puseram termo, voluntariamente, à sua vida, só neste ano.

Os meus pêsames para a família enlutada.

Mais um sinal da desmotivação com que estas pessoas enfrentam o seu trabalho. Pudera, pelo que se conhece, mal seria se não estivessem desmotivados, pois com terem de comprar a farda (5€ para fardamento na PSP é uma coisa ridícula), não terem coletes à prova de bala quando vão fazer a ronda, carros de serviço que mais parecem um "chapeu dum pobre" e que, como diz FJ Coutinho Almeida, "não têm brecagem", terem de pagar o conserto das viaturas de serviço caso tenham algum acidente com elas, etc ...

Para além disso, temos um governo que não lhes liga nenhuma (ou será que alguém se esqueceu que foi num governo, do qual fazia parte o nosso PM vendedor de computadores mas que não sabe se é engenheiro, que o Ministro da Administração Interna da altura, precisamente o actual Ministro da Justiça, saiu a publico a dizer que "esta não é a minha polícia!"), que só se importa com as forças policiais numa lógica de escolha das suas chefias, e para quem um € gasto nestas forças é um desperdício.

Estamos a ir bem, estamos, estamos ....

JFPCA

1ª visita do PM a um quartel

Só depois de 3 anos de mandato, o nosso PM vendedor de computadores que não sabe se é engenheiro foi a uma instalação militar.

Neste caso, foi para a abertura do ano lectivo no Instituto de Estudos Superiores Militares.

O mais engraçado de tudo isto é que os serviços de imprensa do governo apressaram-se a dizer que tal visita não se deve à recente polémica sobre descontentamento militar acerca da actuação do governo.

Será que eles querem fazer dos outros parvos?

JFPCA

domingo, 9 de novembro de 2008

Hospitais que demoram a dar alta aos doentes

Acabei de saber que há hospitais publicos que mantem os doentes, mesmo curados, internados, de modo a receberem mais dinheiro do Estado.

Diz a Associação de Gestores Hospitalares que isso acontece pois há hospitais que conseguem tratar os doentes em menos dias que o mínimo imposto pela tabela, mas que, no entanto, caso o internamento não dure aquele nº mínimo de dias, são penalizados, pois recebem bem menos que os outros.

Em tese, concordo com esta Associação. Mas só em tese, pois, se fosse como eles querem, haveria muitos mais hospitais a dar alta a doentes que ainda estariam a recuperar da operação.

O que eles querem é que os doentes passem o menor tempo possível internados, de modo a poderem operar mais pessoas, de modo a que as receitas (volume de negócios) do hospital sejam maiores, e que eles mesmos recebam mais em salários e prémios.

O objectivo do ministério também é o de haver mais operações (como têm dito aos sete ventos), mas, ao menos, parecem ter mais senso comum que os administradores hospitalares, pois parece que não querem que os clientes sejam libertados logo após a operação.

Como é facil anunciar o que fazer com o dinheiro dos outros!

Vem esta mensagem para comentar a nacionalização do BPN.

Tudo isto merece um comentário, mas não tão a quente, como alguns comentários que tenho visto por aí.

Temos um banco que, pelos vistos, toda a gente, à boca pequena, sabia que estava com problemas. A questão atinge demasiada gravidade, quando vejo (e ouço) jornalistas com a responsabilidade de Ricardo Costa (director da SIC Noticias) que nem sequer é um jornalista especialista em noticias económicas, a dizer que "toda a gente sabia à muito" que este banco estava em dificuldades. Eu, que considero-me gente, e até sou uma pessoa atenta a este tipo de noticias, de nada sabia. Ou seja, quem devia ter informado, não informou! A única noticia desfavorável para o BPN, que tinha saído antes do dia anterior à da nacionalização, foi que este banco estava a ser investigado no âmbito da "Operação Furacão", em conjunto com mais 3 bancos privados. Será que estes bancos também estarão em dificuldades?

Temos um regulador que é apanhado pela 2ª vez a meter agua. Muito sinceramente, acho que algo deve ser mudado no Banco de Portugal, ou as suas competências, ou o seu modus operandi, ou, mesmo, a pessoa do seu governador (pode ter sido um erro de casting). Ainda por cima, deixa que a administração de Miguel Cadilhe assuma o controlo do BPN, não o avisando que o Banco de Portugal já tinha interposto uma série de processos de investigação ao BPN por suspeitas de irregularidades graves. Para já não falar de que trata-se do homem que, aqui à uns anos, recomendou uma baixa dos salários das pessoas enquanto aumentava o seu salário e dos seus companheiros de administração do Banco de Portugal, para alem doutras regalias ...

Temos um governo que, desta vez, aparentemente, foi contra a sua ideologia. O PS (inclusivamente este nosso PM), depois do PREC, fartou-se de falar contra as nacionalizações, mas agora faz uma sem dar dados muito pormenorizados a ninguém. Não sei se já repararam, mas muita gente do PSD tem dito que, com os dados que têm, o governo parece ter tomado a decisão certa. Isto é uma forma de, no futuro, sentirem-se livres de criticar tal decisão, pois não tinham os dados todos. Se isto fosse tratado com lisura pelo PSD, simplesmente não emitiam opinião enquanto não tivessem os dados todos. Acontece que não podiam lidar com isto com lisura, pois têm o rabo preso (não podemos esquecer a quantidade de gente do PSD que passou pelos órgãos sociais deste grupo, dos quais o único a sair razoavelmente bem é o morador das Amoreiras, a pessoa que usou camiões da então Guarda Fiscal para fazer as mudanças para as Amoreiras, Prof. Miguel Cadilhe)
E o que dizer da reveladora intervenção do nosso ministro das finanças na Assembleia da Republica (com o quadro de D. Carlos I por cima da cabeça, o que é muito estranho numa Republica), virado para a bancada do CDS, a dizer que era, dos presentes, o que mais trabalhou na vida para o bom funcionamento dos mercados? Não é por nada que lhe chamam o "Teixeira dos Bancos".

Se eu estava desconfiado das intenções do governo, com esta declaração percebi o seguinte:

  1. O governo nacionalizou o banco porque quer safar os prejuízos gerados pelo que, à luz do Código das Sociedades Comerciais, designa-se de "gestão danosa" do banco.
  2. Ao governo não deu nenhuma "febre nacionalizadora", nem iremos ter com estes no poder nenhum 12 de Março de 1975, pois, se fosse esse o caso, o governo teria nacionalizado todo o grupo empresarial liderado pela Sociedade Lusa de Negócios (onde só o BPN estava em maus lençóis).
  3. O governo ainda mantém no Orçamento de Estado para 2009 a intenção de privatizar uma série de empresas publicas que têm dado lucro.
  4. Nenhum dos membros dos órgãos sociais envolvidos nos anos das falcatruas será judicialmente responsabilizado pelos prejuízos causados, ou seja, não irão ser eles a pagar os prejuízos.
Sendo assim, quem vai pagar esta "gestão danosa" serão os contribuintes portugueses (mesmo os que, como eu, não têm nada neste banco). E a factura será mais elevada que os 700.000.000 € falados quer pelo governo, quer pelo Banco de Portugal, pois basta ver que só a Caixa Geral de Depósitos terá já enterrado neste banco mais do que isso em empréstimos, para além de que vai ter, no futuro, de aumentar o capital social (mais uma vez).

No fundo, o PCP tem razão. "NACIONALIZAM-SE OS PREJUÍZOS, PRIVATIZAM-SE OS LUCROS".

Como é fácil anunciar o que fazer com o dinheiro dos outros! Ou será que, se o dinheiro em causa fosse só dos membros do governo, eles fariam as coisas assim?



Como é facil anunciar o que fazer com o dinheiro dos outros! 2

Não há fome que não dê em fartura.

Hoje já é o 3º assunto que descubro, e que acho de nota.

Não é que o nosso governo do nosso PM (que ainda não se sabe se é engenheiro ou mero agente técnico, mas parece que tem mais jeito para vendedor de computadores de sociedades que devem ao Fiso que tem para ser PM) resolveu anunciar que ia dar mais dinheiro para a acção social escolar, mas esqueceu-se de reforçar as verbas das autarquias locais, que são as entidades responsáveis pela acção social escolar dos alunos do 1º ciclo (tão abrangidos como os outros por estas medidas)?

Mais um assunto em que este governo quer fazer flores com o dinheiro dos outros!

Rede mafiosa ucraniana descoberta a operar em Portugal

Depois deste tempo todo sem escrever aqui, finalmente tive assunto digno de nota.

Foi descoberta uma rede de máfia ucraniana a operar fortemente em Portugal, mas também em Espanha e Itália, que corrompia autoridades e funcionários de embaixadas, de modo a não serem incomodados na sua operação.

O que eles faziam era introduzir pessoas nestes países, falsificavam documentos (pagos a 5 e 6 mil euros pelos imigrantes), e, finalmente, roubavam diversos bens nestes países para serem vendidos na Ucrânia.

A novidade, aqui, não é tanto saber que estas redes existem, pois sabíamos de casos de redes descobertas noutros países, e como o nosso pais, nisso, também é filho do mesmo Deus ...

A novidade é que conseguiram descobrir uma destas redes a operar no nosso pais, e desmantelá-la. Tudo porque o SEF deu de caras com esta rede quando estava a investigar o que eles pensavam ser uma mera ocorrência de documentos falsificados.

Será que as nossas polícias estão mais despertas para o problema? Ou será que este desmantelamento deve-se mais a incúria dos mafiosos? Espero, sinceramente, que seja mais a 1ª hipótese.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

As nossas fábricas de biodiesel

Há tempos, li que as fábricas de biodiesel portuguesas estão paradas.


Isto é extremamente grave para o nosso país, por várias razões.


1 delas é que, nestas fábricas, foram investidos mais de 700 milhões de euros (mais de 3,5 milhões de contos, em moeda antiga), que, até agora, foram deitados ao lixo. E isso não é nada bom para um país que quer ganhar a confiança dos empresários e dos investidores.


A mais importante, para mim, é que estamos a deitar ao lixo uma das melhores maneiras de nos tornarmos independentes na produção de energia, não dependendo do combustível fóssil derivado do petróleo que temos de importar. É que o que temos de pagar em importações de petróleo custa muito mais que estes 700 milhões de euros.


Segundo o que li, a grande culpa disto tudo é da recente alta dos preços dos cereais, que tornaram pouco atraente a aquisição de biodiesel pelas companhias de distribuição de produtos energéticos, deixando estas fábricas a laborar a pouco mais do que 60% da sua capacidade.


Ao assistir a isto, e, ao mesmo tempo, ver muitos dos nossos campos agrícolas ao abandono, e, para além disso, muita gente desempregada, porque não pegar nesses desempregados, e pô-los a cultivar cereais para produção de biodiesel nos campos abandonados, vendendo esses cereais aos elevados preços que têm estado? Não se realiza um bom lucro com isso? E, ainda por cima, cultivando campos incultos?


Muitos dirão que só existem obstáculos: Os desempregados não querem trabalhos braçais, os proprietários das terras vão querer mundos e fundos para que se possam trabalhar nelas, etc ...


No entanto, é uma questão de tomar medidas. Ser corajoso nessas medidas, ou não.


Para quem não quer fazer nada, tudo são obstáculos intransponíveis.


No entanto, se não aproveitarmos as oportunidades, outros aproveitam por nós, e nós ficamos a ver passar os comboios.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

A incompetência do PM

Este governo já nem legislar sabe.



Vejam as propostas de lei 209/X (Regime de Contrato de Trabalho em Funções Publicas) e 216/X (que altera o Código do Trabalho actualmente em vigor).



A 209/X é uma proposta originária da DGAEP (Direcção-Geral da Administração Publica), organismo sob a tutela do Ministério das Finanças, ou seja, do Teixeira "dos Bancos".



A 216/X é uma proposta originária do Conselho de Concertação Social, onde, pelo governo, tem assento o Ministro do Trabalho.



Acontece que a 209/X, que já foi aprovada na AR e só está à espera da assinatura do Cavaco para ser publicada em DR, remete, em muitos dos seus artigos, para o Código do Trabalho actualmente em vigor, e que é objecto de remodelação profunda (não sei se não estaremos na presença dum novo Código do Trabalho, tal a remodelação) pela Proposta de Lei nº 216/X, que está ainda para ser aprovada pela AR, sendo que muitos dos artigos "remetidos" do actual Código do Trabalho vão ser revogados pela proposta 216/X.



Ou seja, vamos ter uma lei novinha em folha a remeter diversos dos seus artigos para artigos revogados.



Isto tudo só pode acontecer porque o Ministério das Finanças não falou com o Ministério do Trabalho, ou seja, não houve coordenação entre eles.



Uma das competências do Primeiro Ministro não é, precisamente, a coordenação entre os seus ministros e respectivos ministérios? Será preciso completar o curso de engenharia para conseguir coordenar os ministérios?



Ao que isto chegou!



IN-COM-PE-TÊN-CI-AS.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Mais uma vez os combustíveis ...

Novos desenvolvimentos na crise dos preços de combustivel. Tem havido uma série de roubos de camiões-cisterna com combustivel lá dentro, já devidamente refinado, para vender o combustível nos bairros "problemáticos" (os antigos bairros "de lata") a preços de usura, mas ainda assim mais baratos que os preços praticados nos postos de combustivel.





No entanto, estes ladrões ate devem ser perdoados pela população.





Ladrão que rouba a ladrão, tem 100 anos de perdão.





No entanto, quem garante a qualidade deste combustível? Sabe deus a qualidade do combustível que sai dos postos de combustível normal (de vez em quando lá vêm uns litros de água misturados).



E a medição? Será que o que foi metido foi um litro, ou um quartilho?





E a segurança destes "postos" improvisados? As autoridades até nem se importavam que alguns dos bairros onde estão estes "postos" fossem "pelo ar".





CON-SE-QU-ÊN-CI-AS

Os pobres trabalhadores

Há dias, vi uma noticia a dizer que 35% dos portugueses que estão abaixo do limiar da pobreza estão empregados, ou têm regularmente trabalho.


Esse é um fenómeno novo, pois, até agora, só quem não tinha trabalho é que estava abaixo do limiar da pobreza.

As reacções que vi a esta noticia vão todas no sentido de condenar os baixos salários dos que trabalham em Portugal.

Esse argumento é verdadeiro, mas, quanto a mim, não explica tudo. É que a riqueza mede-se na poupança, e não nos rendimentos. E o que influencia, positivamente, a poupança, não é só ganhar mais, mas também gastar menos.


E a solução encontrada por esses "pensadores" é só aumentar os salários.

Quantos casos não há de pessoas que, na hora de comprar bens como a TV de Alta Definição, o telemóvel XPTO, e outros bens que não entram no cabaz de produtos essenciais, não fizeram as contas, nem pensaram no futuro?

Ouço falar de imensos casos desses, a grande maioria na classe média-baixa e classe baixa, precisamente os visados por tal artigo.


Isso também não explica tudo, pois acontece que o crédito bancário mal-parado (empréstimos pedidos aos bancos cujas prestações não foram pagas) tem aumentado muito. Trata-se duma das primeiras dívidas que estas pessoas "com a corda na garganta" deixam de pagar. Logo, segundo essas pessoas que reagiram à noticia da maneira a que aludi, já nem se trata disso, mas, sim, de cortar em bens essenciais, como comida, por exemplo.

Mas não começou tudo por aí? Em gastar o ordenado em coisas supérfluas, ainda por cima importadas? Ou seja, lá foi o dinheiro a voar para o estrangeiro ... Culpam os bancos por isso, mas nunca vi ninguém assinar um contrato de empréstimo obrigado, nem os bancos impedem que os seus clientes façam as contas ou deixem de ler todo o contrato. Lá que são chatos, são, mas os clientes têm boas medidas contra, nomeadamente desligar-lhes o telefone na cara, não assistir a publicidade (RTP2 e as rádios da RDP dão uma grande ajuda), etc ...

Também o facto dos trabalhadores que trabalham em Portugal não terem o habito de ir para os grandes centros comerciais sem listas de compras não ajuda nada à poupança. É só botar para o carrinho, se não houver saldo no banco, pagamos com o cartão de crédito, nada de contas nem de preocupações, tudo "prá frentex".

Tudo isto são factos que contribuíram para esta situação. Em nenhuma delas há culpas a assacar ao governo, nem, sequer ao vizinho do lado. Em qualquer uma destas situações, a culpa é, em ultimo caso, toda de cada uma das pessoas em causa.

Já o mesmo não acontece com a recente alta dos preços, que foi provocada pela enorme subida do preço dos combustíveis e pelos especulativos preços dos cereais. Aí, os governos têm de acabar com esta pouca vergonha, sob pena de serem arrancados do poleiro por tumultos que evoluirão para revoluções sociais. Mas esta crise é só uma grande onda que vem cobrir de água o afogado.

É certo que, se os salários forem aumentados, as pessoas irão usar o aumento para pagar as dívidas, começando pelas essenciais. No entanto, depois de se habituarem ao salário aumentado, lá voltam a gastar, desta vez ainda mais dinheiro, nas mesmas coisas supérfluas, assim voltando ao mesmo.

Os trabalhadores que trabalham em Portugal, na sua grande maioria, actualmente, não têm margem de manobra para poupar. Mas, mesmo que pudessem, desconfio imenso que não saberiam poupar, pois essa noção é tratada pela sociedade como "ultrapassada" e "do tempo dos nossos avós", ou seja, poupar não está na moda.

E, ao gastar, vão continuar a gastar em produtos importados, precisamente aqueles que não dão emprego a nenhum residente em território nacional.

Para muitos, sempre foi chapa ganha, chapa gasta.


NÃO HÁ MI-LA-GRES!

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Temos que exportar!

Acabaram de sair as previsões do FMI para a economia portuguesa em 2008.

Prevêm um crescimento anual "anémico", na orla dos 1,2% do PIB.

No entanto, não foi esta previsão que me chamou a atenção. Foi, muito mais, o facto deles se terem alongado para além disso, o que é inusitado, e demonstra a preocupação que estão a ter com a evolução da nossa economia.

O que eles vêm dizer é que, ou os Portugueses baixam o défice da balança comercial, ou têm de poupar muito mais do que poupam. Nada que não soubéssemos, ou que não suspeitássemos, muito embora não tenhamos tomado medidas, a nivel individual, pois estamos sempre à epera dum qualquer milagre.

Como a grossa maioria do pessoal não consegue poupar um níquel sequer, como a poupança do Estado está como se sabe (a ter de controlar o défice orçamental, o Estado não consegue formar poupança, pois, quando existe um défice orçamental, é porque acaba a gastar mais que o previsto), e como as empresas não conseguem poupar (há cada vez mais caloteiros, começando pelo próprio Estado), temos que dar a volta à situação pela redução do défice da balança comercial.

Sendo assim, eu mesmo só vejo 5 medidas, que devem ser consideradas em conjunto (muito embora a adopção duma destas medidas não implica a adopção de mais nenhuma das outras):

1ª) O Estado permitir a compensação de saldos (ou seja, quem deva IVA ao Estado, mas que tenha a receber IRS do Estado, deve pagar, ou receber, pela diferença de entre estes 2 saldos - esta medida permite a injecção de algum dinheiro, e a disposição de bens que têm sido arrestados pelo Fisco duma maneira estupida);

2ª) Incentivos fortes, inequivocos mesmo, à exportação de bens e serviços, quer para países da União Europeia, quer para os outros países. Temos que ser agressivos nisso (e ultrapassar o risco de não conseguirmos cobrar a esses clientes. Se os nacionais não têm dinheiro, não vão pagar pelas compras que fazem). Para começar, podem consultar o link http://a.icep.pt/negocios/oportunidades.asp;

3ª) Ainda mais fortes incentivos ao estabelecimento de industrias que tragam muito valor acrescentado, ou seja, industrias que consigam comprar matérias primas ao preço da chuva, e venda o seu produto ao preço do ouro (no fundo, transformar 1 grão de areia num diamante);

4ª) Pôr todos os portugueses em idade activa a frequentar exigentes cursos de formação profissional, de modo a aumentar a capacidade dos portugueses em lidar com as máquinas. Como cada vez mais trabalhamos com máquinas à nossa frente, temos que saber trabalhar com elas, de modo a tirarmos o máximo proveito delas. Só assim é que conseguimos aumentar a produtividade, e não com aumento das horas de trabalho (que só vêm aumentar o risco de acidentes no trabalho)

5ª) Os portugueses voltarem a emigrar em massa.

Há sempre quem se lembre que o FMI falhou mais previsões do que acertou (relembrar a Argentina aqui à 4/5 anos). No entanto, estes avisos já foram emitidos anteriormente, por outras entidades, e são coisas que fazem sentido a quem, como eu e quem ler esta mensagem em Portugal, vive o dia-a-dia neste "jardim à beira-mar plantado".

Se não fizermos nada disto, estamos TRA-MA-DOS

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Será que "W" evoluiu?

Hoje vi, num jornal, que os EUA põe a hipótese de abrirem uma secção de interesses em Teerão, capital da Republica Islâmica do Irão (IRN, não confundir com a sigla do Instituto de Registos e Notariado, muito embora não sei se há assim tantas diferenças).

Se isto for avante, quer dizer que bastou ao Irão adquirir segredos de fabrico de energia nuclear, e ensaiar uns misseis, para que a intenção de "W" Bush de invadir este país (ou deixar que seja Israel a fazê-lo) não passasse de mero "bluff".

Mas, se bem me lembro, o Iraque, antes de ser invadido, foi acusado pelos EUA de "W" de ter acesso a armas de destruição massissa, já tinha ensaiado os seus misseis, e desde a 1ª guerra do golfo que não tinha nenhuma representação diplomática em Bagdade.

Então, qual é a diferença entre o Iraque e o Irão?

Será que um é filho e o outro entiado?

Ou será que "W" reconheceu (mas não em termos públicos) que fez burrada no caso da invasão do Iraque, e, perante a mais que provavel repetição da história em caso de invasão do Irão, recuou, finalmente dando mostras de ter senso comum?

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Crise nos bonecos de natal

Vieram a publico as dificuldades que os fabricantes (e comerciantes) chineses de produtos de Natal estão a ter para escoar os seus produtos, devido às medidas de segurança implementadas pelas autoridades chinesas para a realização dos Jogos Olímpicos de Pequim.

Um ponto prévio: Os produtos que compramos cá na altura do natal, são vendidos na China nesta altura de Junho e Julho, a comerciantes, na enorme maioria deles, estrangeiros, que visitam a China para escolher, inspeccionar (produtos e fábricas) e comprar. Tamanha antecedência é necessária por causa de arranjar transporte para colocar os produtos no Ocidente.

Acontece que, com as medidas de segurança, já caracterizadas de "extremas" pelos poucos turistas que conseguem obter visto para entrar na China, esses comerciantes viram, sem saber, aumentados os prazos de concessão de vistos duma maneira inusitada, o que está a inviabilizar a ida desses comerciantes a território chinês. E, sem eles irem lá, não compram, pois não confiam nos chineses para lhes comprarem coisas com bases em catálogos de produtos chineses na Internet.

As medidas de segurança vão ao extremo de já não emitirem vistos de multipla entrada (versão especial de visto de turismo para excursionistas), e de poderem (e fazerem) vistorias surpresa aos vistos dos turistas mesmo dentro dos hoteis.

Quem diria que os já apregoados de Jogos Olímpicos mais lucrativos de sempre, estão, isso sim, a dar cabo doutras actividades económicas chinesas?

IR-ON-IAS

segunda-feira, 14 de julho de 2008

As crianças obesas em Portugal

Acabou de sair uma noticia a dar conta que as crianças portuguesas com 11 anos de idade são as mais baixas e pesadas dum conjunto de 11 países europeus analisado.

Mais baixas, nunca foi novidade, mas mais pesadas?!?

É o resultado de sucessivos erros na alimentação das nossas crianças, pois muitas vezes opta-se pelas comidas cheias de calorias, pois são mais baratas (no imediato) e levam menos tempo a confeccionar.

No entanto, os pais esquecem-se que a maior parte da factura vem com as despesas de saúde associadas à obesidade e à sua companheira diabetes.

A matéria é complexa, pois, muitas vezes, o mal é feito, não pelos alimentos em si, mas pelo exagero das quantidades em que são consumidos.

No entanto, não valerá a pena fazer o esforço de encontrar soluções para este problema, de modo a salvar as nossas crianças, e, de certa maneira, salvarmo-nos desta situação?

Não seria melhor promover o exercício físico, nomeadamente o uso de bicicletas nas nossas deslocações diárias?

Tudo é bom para prevenir ataques cardíacos, diabetes, doenças coronárias, má circulação sanguínea, etc ...

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Governo Sócrates vs Polícias

Nestes dias, tivemos, em termos de forças policiais, algumas situações que me deixam muito preocupado.

1º, foi a estória que havia agentes de diversas forças policiais implicados numa rede de espionagem ilegal. Esta situação veio a por a nu a fragilidade do estado, pois se civis tem tanta facilidade para montar uma rede desta, imagine-se a Al Qaeda ou algum serviço secreto estrangeiro.

2º, a adopção da lei de segurança interna, que leva criticas de bastantes sectores ligados às forças policiais, demasiados para meu gosto. Para não falar do facto do Ministro da Defesa ter vindo a terreiro criticar esta lei ...

Por ultimo, esta noticia que acabou de sair, a dizer que a PJ tinha um serviço secreto dentro da sua estutura orgânica, facto de que já "alguem" suspeitava. A PJ veio negar os factos da noticia, mas, infelizmente, os desmentidos não garantem nada.

Um ponto comum a tudo isto: Há um divórcio entre a classe política nacional e as nossas forças policiais. Parece mesmo que o poder político deixou as nossas polícias ao abandono. Um outro facto a somar a isto é o facto do Ministro da Administração Interna não ter nenhum peso político dentro do Governo ou do partido que o apoia.

É claro que o governo está muito interessado em saber quem são as chefias policiais. Parece-me é que não liga nenhuma aos oficiais de média patente e aos seus subordinados, pois deixa-os andar para aí mal pagos, a terem de pagar a farda do seu bolso, em esquadras muitas delas sem codiçoes de trabalho nem segurança (relembremos o assalto à esquadra da PSP em Moscavide à meses), com carros demasiado velhos para perseguições a criminosos, etc ...

Uma polícia desmotivada gerará insegurança, primeiro, e o caos, depois. Mas este governo parece não ligar nenhuma ...

TRIS-TE-ZAS

sexta-feira, 4 de julho de 2008

A nossa política de asilo

Não costumo apresentar 2 posts no mesmo. De facto, até já passei alguns dias sem por aqui nenhum post.

No entanto, não posso deixar de estar estupefacto com o facto de Jean-Pierre Bemba ter estado entre nos, especialmente no Algarve, durante mais de 1 ano, até ao passado dia 24 de Maio.

Esta personagem encontrava-se acusado de "crimes contra a humanidade", pelo Tribunal Penal Internacional sediado na capital dos Países Baixos (Haia), por ter ordenado cinco crimes de guerra e três crimes contra a humanidade cometidos pelo Movimento de Libertação do Congo comandado por Jean-Pierre Bemba, quando este movimento, derrotado pelo exército regular (se assim se pode dizer) da Républica Democrática do Congo (ex-Zaire - onde já tinha feito 'merda', mas sem provas), se refugiou na vizinha República Centro-Africana, onde começou a cometer massacres, e a tentar derrubar o poder instituído nesse país.

As autoridades portuguesas, mais uma vez, deixam entrar um carniceiro, do tipo Idi Amin Dada (Uganda) ou Jean-Bédel Bokassa (Republica Centro Africana - muito curioso), pelas nossas fronteiras dentro, como já tinha acontecido com João Bernardino (Nino) Vieira (Guiné Bissau). No entanto, desta vez, pelo menos formalmente, é mais grave, pois Nino não tinha emitido contra ele nenhum mandato internacional de captura. Se o Mobuti Sese-Sekou (o antigo ditador do Zaire) tivesse escolhido o nosso país em vez da Cote de Azur francesa, nenhuma autoridade portuguesa iria lá chateá-lo.

É este o país que foi o primeiro a acabar com a pena de morte? E com a escravatura? Parece-me que as autoridades nacionais, nestes nossos tempos, estão piores do que há séculos!

IR-ON-IAS

O homem que é mãe

Não, hoje não vou escrever sobre os viúvos que têm de tomar conta dos seus filhos.

É sobre o homem que decidiu engravidar e ter um bebé.

Os aspectos da coisa são engraçados. O bebé, neste caso uma menina, nasceu do pai, e não da mãe. Muito embora, em termos biológicos, tenha só dois pais, pois nasce da barriga dum homem, com sémem doado por um outro homem.

Será que, a partir daqui, teremos casais de gays, em que um deles decidirá ser mulher, de modo a poder engravidar? Ou, ainda mais arrojado, teremos casais de gays, em que um deles decide passar a ter só o aparelho genital femenino, de modo a poder engravidar?

Para além disso, quem vai amamentar esta criança, pois o pai, na transformação de mulher para homem, perdeu os seios? Será que a criança vai sofrer fisicamente com o processo?

Toda esta situação merecia ser acompanhada, quer pelos especialistas ligados às àreas em questão, quer pelos media, para podermos formar opinião sobre estas novas potencialidades que a ciência nos abre.

O que dirá a igreja católica disto tudo?

Às tantas, terá de convocar novo concílio, do estilo do "Vaticano II", para se adaptar a este mundo em constante mudança.

IR-ON-IAS

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Os gays e Ferreira Leite

Estou acostumado a escrever aqui acerca de assuntos que penso serem de interesse muito para além do imediato. Hoje, cá vai mais um, embora a dimensão do seu interesse não seja imediatamente visivel.

Na sua última entrevista à TVI, Manuela Ferreira Leite afirmou-se contra o casamento entre homosexuais, sem que a entrevistadora tenha insistido muito na pergunta. Acontece que, na interpretação que foi feita dessas declarações por alguns deputados à Assembleia da Republica, a actual presidente do PSD estava-se ao referir meramente ao nome, não se opondo à união entre homosexuais reconhecida pelo Estado, desde que com outro nome.

Esta questão, muito embora possa ser encarada como um "fait-diver", é importante para a vida de muitas pessoas, especialmente para as pessoas visadas e seus familiares, para além de acabar com uma hipocrisia que é o Estado não reconhecer a união entre homosexuais, mas o Fisco (mais um aspecto em que este aparece como um Estado dentro do Estado) permita receber declarações conjuntas de rendimentos (Modelo 3 do IRS) de 2 pessoas do mesmo sexo. O mesmo se passa com os estrangeiros declarados como ilegais por não terem autorização de residência em território nacional, mas que são obrigados a pagar impostos e segurança social, mas isso é outra estória ...

Se Manuela Ferreira Leite quiz mesmo dizer o que aqueles deputados pensam, acaba por estar a entrar numa hipocrisia ainda maior, pois acaba por ter medo do nome. Ou seja, o pensamento será "eles devem ter a sua união reconhecida pelo Estado, mas não se deve chamar 'casamento' pois Deus e a Igreja Católica (entre outros) iriam boicotar a minha vida enquanto líder do PSD". No entanto, e como não se chama casamento, provavelmente não teria os mesmos benefícios que tem a instituição "casamento", nomeadamente o cônjuge (não sei se poderei chamar assim) viúvo (ou viúva, não sei) não contar para efeitos da quota legítima no direito sucessório, nem para receber a pensão de vida do falecido (ou falecida, conforme os casos), entre outras situações ...

Desta vez, e em virtude de tudo isto, apetece-me gritar:

HI-PO-CRI-SI-AS!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

As penas que apanhamos ao sermos governados por esta gente

Hoje, decorre 1 ano desde que começou a ser aplicado o novo (que já deixou de o ser) Código de Processo Penal.

Se bem me recordo, na base desta revisão da legislação, estavam boas intenções, muito embora sempre me pareceu que estavam a tentar construir o edifício começando pelo telhado.

Na altura, pensei que se deveria tentar, na prática do dia-a-dia, dar meios aos agentes judiciais para que estes conseguissem fazer as coisas em menos tempo, e, depois de conseguido isso, alterar a legislação.

Mas isso sou eu, que, provavelmente, serei maluco da cabeça ...

Para além de não terem dado mais meios aos agentes judiciais, fixando-lhes, ao mesmo tempo, objectivos realistas, diminuem-lhes os prazos com os mesmos meios. Ou seja, para o governo, não havia razão para os prazos serem "tão longos", o que há é uma "'cambada' de agentes judiciais que não querem trabalhar, e é por isso que as coisas não andam". Mais uma vez, aparece o governo a atirar as suas culpas para os outros.

O resultado está à vista. Esta revisão só serviu para baixar o défice, e o nº de prisioneiros nas nossas cadeias, o que é excelente para apresentar na União Europeia.

Não só este comportamento, mas toda uma série de comportamentos adoptados pela classe política nacional desde o tempo das privatizações, denunciam que a ideia do PSD de Cavaco Silva de "menos estado, melhor estado", deu menos estado, mas pior estado, pois passamos a ser governados por gente que, como uma vez ouvi dizer a Paulo Portas, "não sabe quanto custa passar um cheque". Para este tipo de gente, as responsabilidades governativas são uma "maçada", logo quanto menos, melhor. Para esta gente, o principal objectivo das privatizações não foi o de ganhar dinheiro com as "asneiras dos comunistas" (como eles chamavam às nacionalizações), mas sim o de se livrarem de grandes fontes de problemas, onde se arriscavam a que toda a gente visse a sua incompetência.

Afinal, o PS e o PSD não tinham apoiado as "nacionalizações" na altura do PREC?

Na minha opinião, os partidos são compostos por pessoas, como qualquer pessoa colectiva. No entanto, naquela altura, em geral, só ia para política gente que, antes disso, tinha feito algo, ou seja, não iam para a política para enriquecer e para ganhar contactos. Nem toda a gente era boa, mas havia muita gente situada em posições políticas de topo que estavam nesses postos para fazer obra e engrandecer o país. Infelizmente, não vejo isso hoje em dia.

sábado, 28 de junho de 2008

Violência nos tribunais

Estou para escrever sobre um assunto como este desde já à algum tempo.

Ultimamente, tem-se registado alguns casos de violência dentro das salas de audiências dos tribunais. Para mim, só é surpreendente ser só agora, pois, mais tarde ou mais cedo, isto iria acontecer.

É que as salas de audiências dos tribunais não oferecem a menor segurança para quem lá está. Para passar da assistência para a zona onde estão os juízes, na grande maioria dos casos, só há que saltar 2 cercas. Pior ainda estão os advogados e o ministério publico, pois estão mais perto da assistência. Mas isto é quando o "ataque" parte da assistência, pois este "ataque" é mais facil de fazer da parte do arguido, muito embora este, à partida, foi revistado, o que não acontece, na maioria das vezes, com o pessoal que vai para a assistência.

Custaria muito que, nomeadamente nos casos de julgamentos penais (que podem levar a penas de prisão efectiva), o publico seja sujeito a ser revistado à entrada? Penso que não! Para além disso, os obstáculos entre a assistência e a restante área da sala de audiências deveria ser mais efectiva do que é.

Mas isto é apenas dentro da sala de audiências. Quando estes "desiquilibrados" se lembrarem de atacar os outros nas zonas dentro dos palácios de justiça, mas fora das salas de audiência, aí terão muitas mais hipóteses de magoar. Aí, a segurança é nula. Basta ver a facilidade com que se entra num palácio de justiça. Ninguém pergunta nada, pode-se entrar em todo o lado, até mesmo no escritório do juiz e do delegado do ministério publico.

Até à abertura das nossas fronteiras (Schengen), fomos um país de "brandos costumes". Mas já não somos mais, e isso já vai à mais de 10 anos. No entanto, os governos ainda continuam a actuar dessa maneira, pois não querem enfrentar a realidade. Mas parece que esta realidade quer ir de encontro aos nossos governantes. De resto, como interpretar os tiros ao Portimão Arena dados ontem, 20 minutos depois do nosso PM ter saído de lá?

Será preciso um 2º atentado a um PM em funções para que os governos olhem para a violência na sociedade com olhos de ver? No 1º, não se fez nada (deixou-se morrer o Sá Carneiro, para fazer uma investigação no mínimo incompetente).

Que será dum país onde as autoridades policiais não se conseguem impor? Não nos podemos desligar dos problemas que a polícia enfrenta, da falta de meios da polícia e das autoridades judiciais, etc ...

No fim, uma resposta a uma pergunta que tinha colocado aqui à uns tempos: Foi giro ver a "unity" entre Obama e Hillary Clinton, depois de terem andado a falar mal um do outro em publico durante as ultimas eleições primárias do Partido Democrata Norte-Americano. Afinal, até são amigos! O que faz o "cheiro de poder"!

IR-ON-IAS

quinta-feira, 19 de junho de 2008

As contas dos municípios

Hoje escrevo sobre uma situação gerada pelos nossos políticos, onde se revela que só pensam neles e nunca no interesse dos eleitores.

Acabaram de sair as conclusões do Anuário Financeiro das autarquias, onde se revela, mais uma vez, que as autarquias nacionais "não têm dinheiro para mandar cantar um cego". Parece que não têm dinheiro para pagar 70% das dívidas a curto prazo (exigíveis a menos de 1 ano).

A reacção a esta notícia pela ANMP (Associação Nacional dos Municípios Portugueses) foi dada por uma pessoa que já foi indiciada em esquemas de corrupção em autarquias, o que não dá grande credibilidade à reacção. Basicamente, vem dizer que a culpa é que as receitas diminuiram (incluindo as do Orçamento de Estado) e as despesas são fixas na sua maioria.

No entanto, ninguém vai atrás dos responsáveis por deixarem assim as autarquias. Muitos deles ainda continuam nos mesmos sítios.

Se isto se passasse cá fora, em empresas privadas, onde já não estariam estas pessoas!

Agora, advinhem quem vai pagar esta factura!

Por isso, já vi por aí escrito que o "monstro" está nas autarquias.

Querem ver uma ironia? Que obras é que os presidentes de câmara vão poder mostrar aos seus municipes nas eleições autárquicas que se avizinham?

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Estado desprotegido

Pois é! Nestes dias, tivémos 2 exemplos de que o Estado Português está desprotegido.

Primeiro, foi a paralização dos camionistas, e a polícia a ver os piquetes de greve a irem para a estrada interpelarem os camionistas que, se não aderissem a bem, sofreriam consequências físicas.

Será que a nossa brigada de trânsito só serve para ver se os veículos estão a transitar nas nossas estradas cumprindo com as regras de trânsito. A segurança física de quem passa nas nossas estradas parece que ficou para segundo plano.

O outro exemplo foi o nosso PM (o não sei se é se não é engenheiro) Sócrates ter admitido, em resposta a uma interpelação da deputada Heloísa Apolónia (dos Verdes, tão contestados eles são por nunca terem apresentado nenhuma lista de deputados à Assembleia da Republica), que o Tratado de Lisboa representa uma grande contribuição para a carreira política dele. É caso para dizer que, em todo este processo, pensou mais nele que nos interesses nacionais, deixando o Estado Português desprotegido.

A ligação entre isto tudo é que o nosso PM é o principal responsável por não terem sido dadas ordens à polícia para acabar com as abordagens criminosas dos piquetes de greve ao pessoal que não queria fazer greve. E acabou por deixar o Estado Português, mais uma vez, desprotegido.

Caso para perguntar: Será que esta gente sabe governar? E aceitar as consequências de todos os seus actos de governação, inclusivé os maus?

Afinal, a polícia (e, eventualmente, o exército) não serve para assegurar a liberdade de circulação de pessoas e bens?

IR-ON-IAS

quarta-feira, 11 de junho de 2008

A votação do Tratado de Lisboa no Eire

Muito sinceramente, espero que os irlandeses mandem o tratado de Lisboa às malvas, pois é o que merecem os políticos da União Europeia.

É que este tratado é quase impossível de se ler, pois existem muitas remissões de remissões de remissões.

Numa instituição que se quer - e se auto-intitula - como a campeã da transparência, essa prática é abominável.

Claro que, e como estamos razoavelmente bem, qualquer coisa nada transparente é um retrocesso.

A eventual derrota do tratado de Lisboa servirá para ver a cara do nosso PM, o (não sei se é, se não é) Engenheiro José Sócrates. Embaraço por embaraço, mais valia ter deixado de ser estúpido, e permitido que o referendum se realizasse no nosso país.

Mas desconfio que essa eventual derrota sirva, em vez de melhorar tal tratado, de malhar nos irlandeses para que, na próxima vez que houver esta mesma pergunta a referendo, os irlandeses votem a favor, pois aí poderão estar a pensar "mais vale votar a favor para não levar mais porrada!". Afinal, não foi isso que aconteceu com os dinamarqueses, quando votaram contra o tratado de Maastricht?

Afinal, não era para ser esta a União dos cidadãos?

IR-ON-IAS

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Alerta de incidente nuclear na Eslovénia

Ao ler o DN de hoje, verifico que as autoridades da Eslovénia emitiram um alerta de incidente nuclear numa central de produção de energia nuclear nesse país, e enviaram esse alerta para a Comissão Europeia, que o comunicou aos media internacionais.

Que eu tenha visto (ou ouvido), nenhum media pegou nesta história, a não ser o DN.

As autoridades eslovenas, posteriormente, vieram a dizer que se tratou dum lapso de comunicação da agência de energia nuclear da Eslovénia, pois "trocou os formulários". Mas estes "formulários" estão tão à mão de semear assim?!?

Pior ainda é o enorme silêncio dos media, quer nacionais, quer internacionais, sobre isto. Pelos vistos, se houver alguma situação grave com as centrais de produção de energia nuclear espanholas e francesas, ou até mesmo no pequeno reactor nuclear que serve para fins de investigação científica que está instalado em Lisboa, não iremos ser avisados pelos media, pois, quando tiverem vontade para tal, já estarão (eles mesmos!) mortos pela radiação.

O que o lobbie da energia nuclear (em Portugal e no mundo) faz! Até esconde incidentes nucleares, vejam lá ...

É por estas e por outras que Nuclear? Não, obrigado!

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Condecorações e eleições

Acabei de saber que pessoas vão ser condecoradas por Cavaco Silva no próximo dia 10 de Junho.

E achei surpreendente a condecoração de Marques Mendes.

Que raio é que ele tem feito na vida para merecer tal distinção?

Que coisas ele conseguiu fazer na sua vida profissional fora da sua vida política?

Que contributo deu ele para a vida da sociedade portuguesa?

Isto não é uma ironia, mas um lamento por mais um sintoma de que a classe política nacional é uma coisa desligada da realidade.

Querem uma ironia a valer: é ver como é que a Hillary Clinton vai justificar o seu apoio a Barack Obama nas eleições presidenciais americanas, depois de ter insistido nas primárias do partido democrata norte-americano quase até ao fim, e, provavelmente, ter esgotado as possibilidades dos democratas elegerem o seu candidato para a Casa Branca.

Quem tem amigos destes, não precisa de inimigos!

Acho que Hillary tem sido a melhor aliada de McCain.

IR-ON-IAS

quarta-feira, 4 de junho de 2008

A esquerda (e a crise) dos combustíveis

Já ando a pensar neste tema à algum tempo, muito especialmente desde que vi representantes de partidos de esquerda (penso que ninguém tem duvidas que o PCP e o Bloco de Esquerda são partidos de esquerda, embora este ultimo fale muito e faça pouco).

Há dias, perante a perspectiva da greve dos grandes armadores de pesca, estes partidos vieram apoiar tal greve, não pensando que podem estar a ser usados (ver mensagem de ontem) tal como estão a ser usados os pescadores e os pequenos armadores de pesca.

Vieram dizer que o combustível está caro devido ao imposto sobre produtos petrolíferos.

Espera lá: mas não era a esquerda que sempre reclamou por aumentos de impostos, pois dizia que só assim é que podia haver estado para repartir a riqueza?

Agora reclamam para baixar impostos?

Ainda por cima, num imposto cuja justificação oficial para a sua tributação é que Portugal não é produtor de petróleo, e para não desiquilibrar a balança comercial e a balança de pagamentos, é preciso desincentivar o seu consumo!

Claro que sei, perfeitamente, que a razão para que o Governo ainda mantem este imposto a um nivel tão elevado é para pagar aos seus boys, e para gastar na construção (e manutenção) de "elefantes brancos" como novos estádios de futebol, TGV (onde se vai gastar uma pipa de massa só para poupar 15 minutos no trajecto), etc ...

Mas, mesmo assim, trata-se dum factor inibidor do consumo duma matéria que o nosso país não produz, o que, neste caso, ainda por cima, favorece o aumento da utilização dos transportes públicos.

Não fariam melhor estes partidos proporem:

- o alargamento do gasóleo agrícola para as actividades profissionais que dele dependem, tais como taxis, transportes publicos, vidreiras, padarias, pesca, etc ...
- a atribuição da totalidade das receitas cobradas com o imposto sobre os produtos petrolíferos e o IVA sobre os combustíveis na investigação e desenvolvimento de fontes de energias renováveis (quantas faculdades de ciência e tecnologia de universidades publicas portuguesas têm projectos nesta àrea?), no abaixamento dos preços dos transportes publicos, e na melhoria do nosso parque de viaturas pesadas de passageiros?

Afinal, a melhoria do transporte publico não costumava ser uma bandeira dos partidos de esquerda?

IR-ON-IAS

terça-feira, 3 de junho de 2008

A greve dos grandes armadores de pesca

O título da minha mensagem é mesmo este. Para mim, a greve não é dos pescadores, pois se fosse dos pescadores, o comando policial nunca teria deixado que pessoas que têm direito a circular livremente, sejam incomodadas pelos chamados "piquetes" de greve (muitas vezes ocupando a via publica), e que as instalações duma empresa publica (como a DocaPesca) sejam fechadas a cadeado sem autorização da sua administração.

Estou completamente a favor da greve dos pescadores, mas não dos grandes armadores de pesca, pois o combustivel está caro. Os grandes armadores de pesca sempre têm a hipótese de ir para o mar com barcos à vela, ou então que construam barcos com cascos inteiramente feitos de paineis solares, para captar a energia solar. Não devem é aproveitar a dificuldade que os pescadores e os pequenos armadores de pesca sentem, para forçar o governo a aumentar os subsídios à pesca, e ficarem eles (os grandes) com o dinheiro quase todo. No fundo, os pescadores e os pequenos armadores de pesca estão, quanto a mim, a ser "usados".

Será que alguém tem duvida que, se esta greve tivesse só a participação dos sindicatos, a polícia tinha sido tão passiva como o foi em Matosinhos, no passado sábado? Não estou a favor da atitude das peixeiras, que compraram o peixe na 6ª, para o fazer passar na DocaPesca no sábado, de modo a ser vendido aos restaurantes como peixe de sábado, e, em vez de vender por 10 € o quilo, vender esse mesmo quilo a 90 €. Isso chama-se especulação, que é uma atitude que é preciso combater.

Estou é contra a atitude da polícia, pois parece actuar com 2 pesos e 2 medidas. Actuou assim nesta ocupação da via publica e de instalações de empresa publica, mas, em caso de manifestações não autorizadas, vai para cima dos manifestantes com cassetetes, escudos de protecção, capacetes, balas de borracha, etc ...

Será que a polícia autorizou os piquetes de greve a interpelar os transeuntes daquela maneira? Aquela acção é exclusivamente policial, ou das forças armadas se estiver declarado o "estado de sítio".

Será que tal diferença de actuação não será resultado do facto desta "greve" ter tido o apoio das associações de armadores de pesca?

E onde está o argumento de "desimpedir a via publica", sempre usado contra manifestações não autorizadas?

IR-ON-IAS

quarta-feira, 28 de maio de 2008

O "pai da democracia portuguesa" e a pobreza

Acabamos de ver o nosso antigo presidente da republica, Mário Soares, a ressurgir dos mortos políticos, vindo avisar o Governo acerca dos elevados níveis de pobreza em Portugal.

Este governo precisa de levar uns safanões, pois o fosso entre ricos e pobres tem aumentado imenso, especialmente com esta crise do sistema financeiro, e com os elevados preços dos combustíveis a apertar a já muito enividada classe média portuguesa (para não falar na classe baixa!).

No entanto, é irónico que, quem avisa, era primeiro-ministro do governo em funções onde o fosso entre ricos e pobres mais rapidamente se alargou. Ou será que ele já se esqueceu das taxas de inflacção superiores a 30%, dos vencimentos da função publica pagos com certificados de aforro, dos impostos rectroactivos, etc ...

Será que ele, depois de reformado da política activa, dando uma de senador (pois levou uma tareia bem dada nas últimas presidenciais), já tirou o socialismo da gaveta onde o pôs à 30 anos?

Será que ele se lembra que esteve muito ligado a elementos nada recomendáveis, e nada preocupados com os pobres do mundo, como Giulio Andreotti e Frank Carlucci?

Não há ninguém neste mundo que lhe lembre estas acções?

IR-ON-IAS

terça-feira, 27 de maio de 2008

A cobertura mediática feita no caso "Esmeralda"

Aproveitando o convite formulado por FJCoutinhoAlmeida para escrever neste blogue, resolvi inaugurar esta minha contribuição com a minha percepção do que tem sido a cobertura mediática do caso "Esmeralda".

Sem adiantar qual é a minha opinião acerca do fundamental deste caso (se a rapariga deve ir para o pai biológico, se para os pais adoptivo), verifico que a comunicação social tomou, claramente, partido do lado dos pais adoptivos, quando deveria ser isenta, e limitar-se a informar respondendo às 4 questões essenciais (quem, como, quando, onde).

Pelo contrário, vejo que os pais adoptivos passaram a "afectivos", que veiculam estórias que o pai biológico quer o dinheiro em vez da filha sem provarem nada disso, que o pai biológico agora anda de fato (quando dantes era um maltrapilho), etc ...

Agora até se veiculam estórias acerca do pai biológico ter sido viciado em drogas, ou ser um pedófilo. Tudo sem provas que se vissem.

Claro que a população já tomou posição a favor dos pais biológicos. Mas não será por estar a ceder a esta falta de isenção da comunicação social?

Não é esta a comunicação social que foi privatizada para ficar mais isenta?


IR-ON-IAS