terça-feira, 3 de junho de 2008

A greve dos grandes armadores de pesca

O título da minha mensagem é mesmo este. Para mim, a greve não é dos pescadores, pois se fosse dos pescadores, o comando policial nunca teria deixado que pessoas que têm direito a circular livremente, sejam incomodadas pelos chamados "piquetes" de greve (muitas vezes ocupando a via publica), e que as instalações duma empresa publica (como a DocaPesca) sejam fechadas a cadeado sem autorização da sua administração.

Estou completamente a favor da greve dos pescadores, mas não dos grandes armadores de pesca, pois o combustivel está caro. Os grandes armadores de pesca sempre têm a hipótese de ir para o mar com barcos à vela, ou então que construam barcos com cascos inteiramente feitos de paineis solares, para captar a energia solar. Não devem é aproveitar a dificuldade que os pescadores e os pequenos armadores de pesca sentem, para forçar o governo a aumentar os subsídios à pesca, e ficarem eles (os grandes) com o dinheiro quase todo. No fundo, os pescadores e os pequenos armadores de pesca estão, quanto a mim, a ser "usados".

Será que alguém tem duvida que, se esta greve tivesse só a participação dos sindicatos, a polícia tinha sido tão passiva como o foi em Matosinhos, no passado sábado? Não estou a favor da atitude das peixeiras, que compraram o peixe na 6ª, para o fazer passar na DocaPesca no sábado, de modo a ser vendido aos restaurantes como peixe de sábado, e, em vez de vender por 10 € o quilo, vender esse mesmo quilo a 90 €. Isso chama-se especulação, que é uma atitude que é preciso combater.

Estou é contra a atitude da polícia, pois parece actuar com 2 pesos e 2 medidas. Actuou assim nesta ocupação da via publica e de instalações de empresa publica, mas, em caso de manifestações não autorizadas, vai para cima dos manifestantes com cassetetes, escudos de protecção, capacetes, balas de borracha, etc ...

Será que a polícia autorizou os piquetes de greve a interpelar os transeuntes daquela maneira? Aquela acção é exclusivamente policial, ou das forças armadas se estiver declarado o "estado de sítio".

Será que tal diferença de actuação não será resultado do facto desta "greve" ter tido o apoio das associações de armadores de pesca?

E onde está o argumento de "desimpedir a via publica", sempre usado contra manifestações não autorizadas?

IR-ON-IAS

Sem comentários: